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Na mitologia grega, o rio Estige é um dos rios mais importantes do submundo, frequentemente associado à transição entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Ele é mencionado em várias obras clássicas, incluindo a "Ilíada" de Homero. O Estige era considerado um limite sagrado, e aqueles que cruzavam suas águas estavam inevitavelmente destinados a entrar no reino dos mortos.

O Estige também possui um papel crucial nos rituais de morte e na crença da imortalidade. Segundo a crença, as almas dos falecidos eram guiadas pelo barqueiro Caronte, que transportava os mortos através do rio, cobrando uma moeda como pagamento. Este pagamento, conhecido como óbolo, era essencial para que a alma pudesse ter acesso à vida após a morte e assegurar lugar no Além.

Além de seu papel como fronteira entre os mundos, o Estige era frequentemente descrito como uma correnteza escura e venenosa, com águas que tinham propriedades sobrenaturais. Era dito que quem se banhasse em suas águas se tornaria invulnerável, como foi o caso de Aquiles, que foi mergulhado no rio por sua mãe, Tétis. No entanto, sua vulnerabilidade permaneceu no calcanhar, que não foi submerso, levando à famosa fraqueza do herói.

O Estige também exemplifica a complexidade da mitologia grega, onde elementos naturais assumem significados profundos e simbólicos. O próprio nome "Estige" significa "ódio" em grego, representando não só a transição para a morte, mas também a aversão que as almas sentiam ao deixar o mundo dos vivos. Essa conexão com a emoção humana torna a figura do Estige ainda mais intrigante dentro da mitologia.

Assim, o rio Estige não é apenas um elemento geográfico do submundo, mas um símbolo riquíssimo que encapsula as crenças e medos dos antigos gregos sobre a vida, a morte e o que vem depois. A importância desse rio é evidente não apenas nas narrativas mitológicas, mas também na literatura, arte e cultura que reverberaram através dos séculos, mantendo viva a influência da mitologia grega até os dias de hoje.